Adoração psicodélica: dance como se ninguém estivesse olhando

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Por Juliana Dacoregio

Um amigo me mostrou esse vídeo na intenção de fazer uma piada. Sim, é esquisito mesmo: um cara numa igreja dançando bem loucão na hora de entregar o dízimo. Não repreendo meu amigo por achar graça, aliás, não repreendo ninguém. É engraçado!

Mas é preciso lembrar que isso é um costume normal dos africanos na forma de louvar a Deus. No Brasil isso também acontece. Já vi muitas danças, gritos de alegria, choros copiosos, risadas soltas, enfim, pessoas deixando-se levar por aquele momento que pra elas é tão importante. Como diz o ditado, “dance como se ninguém estivesse olhando”!

Já critiquei em alguns momentos. Mas dou a mão à palmatória: é lindo! Essas manifestações são das coisas mais belas que se pode ver ou viver dentro de um culto religioso (não importa se na igreja, numa vigília de oração sob as estrelas ou dentro do quarto ouvindo hinos de louvor). E isso não acontece apenas nas igrejas evangélicas. Também é absolutamente normal no candomblé e umbanda, nas missas de renovação carismática católicas, nas danças circulares ou meditativas, rituais xamânicos e também ocorria nas antigas cerimônias de sacerdotisas gregas, e uma infinidade de outras situações.

Não estou colocando em questão aqui se esses “transes” são espirituais, catarses coletivas ou auto-sugestão. Na verdade, o que acontece ali é um lance de liberar a mente e o corpo de todas as amarras, deixar que ele se expresse sem ficar racionalizando, despir-se de toda a vergonha. Nada muito diferente do que acontece com muita gente em shows de música dos seus artistas preferidos.

Sei que é uma forma meio hippie de ver a coisa, mas vai dizer que a dancinha do nosso amigo lá do vídeo não é pura psicodelia?

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