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CIÚMES DA SOMBRA?

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O ciúme diz mais respeito a nós mesmos do que ao objeto dele, posto este ser uma manifestação de insegurança em relação a si mesmo, que se manifesta no sentimento de posse do outro ou da outra coisa, por medo da perda. O ciúme surge na infância (posse e ciúme da mãe, dos brinquedos…) e quando não amadurecemos emocionalmente, o carregamos para a vida adulta.

Enquanto a INVEJA (clique aqui) é o desejo de possuir o que o outro tem, o ciúme, ao contrário, é o medo de perder para o outro aquilo que se possui – ou supõe-se possuir.

O ciúme está presente em todas as pessoas. Até o cão sente ciúmes do dono. Deus também sente ciúmes daqueles que o confessam e seguem. O ciúme em nível baixo é até benéfico, posto ser uma demonstração de zelo e cuidado, sendo que quando o ciúme simplesmente inexiste, o outro pode sequer se sentir amado ou desejado. Entretanto, em escalas avançadas, a pessoa deixa de ser zelosa e passa a ser ciumenta, buscando cercear as liberdades do outro.

O ciúme, ao contrário do que o ciumento pensa, mais afasta do que aproxima e assim, no afã de não perder ou de reter o outro, o aprisionamento acaba por repelir a pessoa-objeto do ciumento.

Em estágios ainda mais avançados, o ciúme toma contornos patológicos, destruindo a confiança e o respeito entre os envolvidos na relação e por fim, destruindo a própria relação. Ciúme não e amor ao outro, mas é posse, reflexo de insegurança pessoal que, por sua vez é a conseqüência de uma auto-imagem distorcida.

O amor liberta e confia, o ciúme prende e desconfia. Se por meio da liberdade você perder o outro é porque simplesmente ele nunca pertenceu a você.

Ciúmes exagerados é pecado, por não gerar vida e porque não é uma demonstração de amor ao outro, mas de amor a si mesmo. O ciumento diz por meio de seus atos: “É mais importante que EU esteja bem e confortável na relação do que o outro esteja bem e confortável na relação”. Assim, o ciumento é um egoísta crônico, cerceador da liberdade dada por Deus, inquisidor do espírito alheio, vampiro da alma.

“O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você.” Mário Quintana

Outro aspecto pouco sadia das relações diz respeito ao comportamento contrário, não quando somos ciumentos, mas quando gostamos de provocar ciúmes no outro. Esta atitude demonstra distorções de personalidade e a necessidade de se sentir desejado, amado, procurado, querido… Assim, também revela uma grande carência, um buraco existencial que procuramos preencher de uma forma inadequada, provocando insegurança, sofrimento e dor ao outro. Comportamento este não menos egoísta e infantil. Provocar ciúmes não constrói, apenas desconstrói confianças destruindo seguranças.

“Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que Ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?” (Tiago 4.5).

Parece estranho ler que Deus tem “ciúmes”, afinal, essa é uma característica própria do ser humano. O antropomorfismo ocorre quando utilizamos de características humanas para falar de Deus. Na verdade, esse “ciúmes” não é manifestado exatamente como o homem manifesta. Isso porque Deus não perde o controle e nem a razão, ao contrário do que muitas vezes ocorre com uma pessoa enciumada.

Além disso, essa espécie de “ciúmes” de Deus não é sem motivo. No verso anterior, em Tiago 4.4, a Palavra diz que quem se faz amigo do mundo se faz inimigo de Deus. É essa a atitude descrita na carta de Tiago que causa “ciúmes” no Senhor, isto é, uma forte reprovação em vista do amor que Ele tem por nós. Portanto não desagrade ao Senhor tentando agradar o mundo. “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (2 João 2.15).

Se para você é penoso controlar seus ciúmes, busque ajuda profissional e busque ajuda em Deus, por meio da oração. Estas atitudes promoverão a metamorfose da sua alma.

“Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” Rubem Alves

Viva em paz!

Luciano Maia

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