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É mentira!

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Que atire a primeira pedra quem nunca contou uma mentira! O mais curioso é que o dicionário define como mentiroso o indivíduo que conta uma mentira, contudo, se alguém nos chama de mentiroso, ficamos ofendidos, afinal, esta é a mais revoltante das verdades que podem ser ditas a nosso respeito. “Eu sei que mentiroso sou, mas não me conte esta verdade, minta pra mim e serei feliz!”. Para alguns, a mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração.

Mas… Porque mentimos?

Nietzche disse que “existe inocência na mentira quando há sinal de boa fé numa causa”, ou seja, ele (como Platão) defende a mentira social como uma coisa não ruim. Mas, mesmo Nietzche, que entendeu estar na motivação da mentira sua possível virtude, posteriormente afirmou: “fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.” Ou seja, a mentira descoberta corrói até seus defensores. Ninguém quer ser vítima de mentiras, apesar de regulares algozes.

Mas… Porque mentimos?

Hitler construiu-se em mentiras, sendo contado entre os poucos que conseguiram crer tão asseveradamente em suas alucinações, que todos os que o rodiavam creram junto. Ele disse que “as grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha”, e assim não poupava excessos, fazendo escola dentre seus asseclas: “Uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade” (Goebbels, Ministro das Comunicações de Hitler).

A mentira pode ter muitas raízes e inúmeros objetivos, mas em geral, a mentira ou é conseqüência do medo, por medo das conseqüências da verdade, ou é conseqüência da vaidade, desejando ser o que não se é, já que a verdade pode ser inconveniente (link).

Tanto o medo não é um sentimento bom, que Jesus, por vezes, disse: “Não temas!”, pois o medo paralisa, mas também faz mentir.

Se eu não tiver medo da punição ou da vergonha, falarei verdades: mentira é um tipo de covardia.

Crianças pequenas aprendem pela experiência que declarar uma inverdade pode evitar punições por más ações: mentira é um tipo de imaturidade emocional.

A vontade de ser mais do que realmente é e a vaidade também é um tipo de doença da alma que caminha de mãos dadas com a mentira. Muitas vezes queremos parecer tanto ser o que não somos que acreditamos em nossas próprias mentiras, vivendo uma fantasia:

“Meu casamento está ótimo!”

“Meus filhos são inteligentes, apenas não tiveram oportunidades…”

“Meu empregador não sabe o talento que está desperdiçando ao me demitir: Eu sempre carreguei esta empresa nas costas sozinha…”

Contudo, “mentir pra si mesmo, é sempre a pior mentira”. Neste contexto, Anais Nin afirmou que “a origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros”.

O diabo mentiu para Eva para obter vantagens e parecer ser o que não. Já Eva, mentiu por medo. O medo fez Adão esconder-se. Uma vez a verdade revelada, Deus perdoa os dois, primeiro com o sacrifício de um cordeiro, depois com o sacrifício d’O Cordeiro. Deus, sempre perdoando os mentirosos, já que Ele não é como nós, que mentimos e não perdoamos mentirosos como nós. Daí a necessidade de Jesus esfregar na nossa cara-de-pau: “Pai nosso que está nos céus, perdoa as nossas ofensas e mentiras, da mesma forma que temos perdoado os que nos tem ofendido e mentido para nós”.

Mas não. Não quero perdoar os que para mim mentem. Anelo apenas alcançar perdão, já que as minhas mentiras são sinceras e “mentiras sinceras me interessam”.

Jesus não foi diplomático com relação aos mentirosos contumazes, pois ele disse a estes: “Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de vocês quer. Desde a criação do mundo o Diabo foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois ele é mentiroso e é o pai de todas as mentiras”. Putz! Jogou pesado.

Mas não é apenas no Novo Testamento que a mentira é mal tratada, Salomão já demonstrava desprezo por este hábito ao dizer que “existem sete coisas que o SENHOR Deus detesta e que não pode tolerar: o olhar orgulhoso, a língua mentirosa, mãos que matam gente inocente, a mente que faz planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que diz mentiras e a pessoa que provoca brigas entre amigos”. Poxa! Nem Deus tolera as suas mentiras…

A mentira não é bem vista pois o mentiroso, por medo ou por vaidade, pode causar estragos para si e para outros. Além de ter pernas curtas, a mentira também anda bem armada: “A pessoa que diz mentiras a respeito dos outros é tão perigosa quanto uma espada, um porrete ou uma flecha afiada” (Provérbios 25:18).

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SERÁ QUE MENTIR PRA SI MESMO É MESMO SEMPRE A PIOR MENTIRA?

 

 

 

 

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