ESCOLHAS – Faça isto corretamente!

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Outro dia eu e meu filho resolvemos acender a lareira, coisa que não fazíamos a tempo. Não estava frio o suficiente, mas ele gosta muito da lareira acesa e de ficar deitado em frente dela até adormecer. Não sei exatamente por que.

Buscamos lenha, encharcamos tudo com álcool e ascendemos. Segundos depois, quando as labaredas estavam muito altas pelo efeito precoce do álcool, caíram, descendo pela chaminé, quatro pássaros pretos e grandes. Caíram no fogo, debateram-se e saíram da lareira para o chão. As asas já todas chamuscadas, de tal maneira que para eles não era mais possível voar. O susto foi grande, pois supúnhamos que eram morcegos. Logo apanhei aqueles pobres pássaros, percebi que eram filhotes já grandes e os coloquei fora de casa, num canto do jardim que julguei ser mais seguro e fresco. Cheio de remorso e torcendo para que aqueles pássaros sobrevivessem, já não tinha mais tanta graça ver o crepitar da lenha. No dia seguinte fomos verificar e constatamos que nenhum dos pássaros sobreviveu. Eu e Pedro (que já fomos escoteiros um dia) nos sentimos os próprios inimigos da natureza, antiecológicos bastardos!

A mamãe passarinho não poderia imaginar que ela estivesse fazendo o seu ninho num lugar tão perigoso para sua família…

Mamãe passarinho não é onisciente, não entende de tecnologias humanas, como construção civil ou lareira. Ela não soube discernir que aquelas coisas pretas daquela caverna eram na verdade fuligem de lenha doméstica. Aos olhos da mamãe pássaro, aquele lugar era perfeito e seguro: longe da chuva, do sol e de outros predadores. Certamente que ela fez o seu melhor. Contudo, seu melhor foi insuficiente para evitar o sofrimento seu e de seus filhotes.

Em nossas vidas também é assim.

Não são poucas as vezes que cometemos erros. Muitas vezes fazemos coisas ou tomamos decisões que julgamos acertadas. Em nossa ótica humana e dentro de nossos conhecimentos técnicos e culturais, muitas vezes julgamos que nossas decisões estão ótimas. Mas, assim como os pássaros, nós também temos uma visão limitada das coisas e da existência. Também cometemos nossos erros por ignorância. Também construímos ninhos em chaminés existenciais por instinto ou inocência.

Para os discípulos de Immanuel Kant, o texto acaba aqui.

Para quem crê na existência de um Deus, a leitura pode continuar.

Assim como pássaros, nós também somos livres e podemos fazer as nossas escolhas de vida. Você pode ou não se casar. Morar aqui ou ali. Por covardia ou por coragem escolher este ou aquele emprego, esta ou aquela cidade. Livre arbítrio é um dom dado por Deus aos seres humanos. No uso de nosso livre arbítrio, cometemos acertos e erros. Muitas vezes aprendemos com os erros: aprendemos a nos relacionar, a amar, qual caminho evitar… Descobrimos inclusive que nós, seres humanos, somos muito previsíveis em nossas escolhas.

No processo de escolha, não raro, fazemos escolhas tolas e até perigosas para nós e para os que de nós dependem.

Aos dezenove anos de idade eu aprendi que Deus não existe como uma “energia-cósmico-intergaláctica-sentada-em-trono-esplêndido-inascessível-aos-mortais”, mas descobri que Deus era Pai (na verdade não fui eu quem fez esta descoberta, foi Jesus quem a fez a dois mil anos atrás, eu apenas constatei que a descoberta dele era verdadeira).

Percebi que, como pai, Deus se preocupa conosco e tenta nos alertar com relação às decisões erradas que tomamos na vida. De fato, Deus se preocupa com todos e aqueles que “dão ouvidos” a esta preocupação divino-paternal, encontram de maneira mística, orientações que podem evitar tragédias existenciais. Noutras palavras, encontram a famosa “mão-de-deus”.

Eu creio na mão de Deus!

Nós não somos oniscientes, não entendemos de tecnologias divinas, como construção de luas e montanhas. Não sabemos discernir claramente quando uma situação é potencialmente perigosa, não enxergamos o futuro. Aos nossos olhos, uma decisão ou lugar que parece perfeito e seguro, longe dos predadores existenciais, pode revelar-se, no futuro, um lugar hostil ou uma decisão equivocada. Certamente que fizemos o nosso melhor. Contudo, nosso melhor pode ser insuficiente para evitar o sofrimento nosso e de nossos filhotes.

Sempre que vou tomar alguma decisão que envolva maiores movimentações, busco orientação por meio da oração. Converso com Deus constantemente: no carro, no trabalho, no cinema… Sempre pergunto: “Deus, esta chaminé me parece um lugar legal, o que você acha?”.

Aprendi a conversar com Deus assim: “Pai, se ‘isto’ (ou esta decisão) for da sua vontade para a minha vida, abra a porta, caso contrário, feche a porta e não deixe eu fazer algo que venha ser nocivo um dia para mim”.

Nós somos previsíveis. Eu sou como você: também não quero errar em minhas escolhas!

Creio que Deus orienta e dirige aos que o buscam e se deixam ser guiados. Muitas vezes, sequer sabemos que o estamos sendo. Creia e busque orientação antes de cada tomada de decisão. Depois… Escolha sem medo!

Como diz o Salmo nº 25:

“Ao homem que confia em Deus, Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Este homem viverá em prosperidade… O Senhor confia os seus segredos aos que o temem…”

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Qual a sua escolha? Pepsi ou Coca?

 

ARTIGO RETIRADO DO LIVRO “MEU AMIGO RICO” DE LUCIANO MAIA.

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