FORMA E CONTEÚDO

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Sou uma pessoa estética. Gosto de coisas bonitas! O belo me encanta…

Na verdade, assim sendo, mais uma vez não sou original, pois o belo inebria a todos indistintamente, de qualquer gênero, raça ou religião. Todos gostam de uma casa com paredes pintadas e não sujas. Todas as mulheres gostam de unhas belamente feitas e não de terem seus cabelos bagunçados. Todos os homens viram o pescoço para um bem arrumado, lavado, polido e bonito carrão, seja ele do ano ou antigo. O belo a todos encanta. Não queremos morar em casas feias, em vizinhanças sujas e por vezes escolhemos o caminho que julgamos mais bonito para fazermos determinado percurso. Férias? O lugar deve ser bonito aos nossos olhos, agradável, formoso…

Gosto não se discute, pois beleza é um padrão sócio-cultural, e, apesar de alguns consensos, beleza é uma construção, posto o belo de ontem ser o brega, cafona e feio de hoje. Sim, padrão de beleza muda para todas as coisas, desde moda e design até o corpo humano; mas enquanto a beleza nos é bela, como o canto da sereia, nos atrai e encanta.

Concordo quando muitos argumentam que vivemos sob a ditadura do belo por meio da supervalorização da forma, entretanto não concordo que este seja um fenônemo atual, posto desde a humanidade ser humanidade a beleza estar na moda e as belas formas de uma mulher encantam os homens desde quando Adão viu a sua Eva e desde quando as adolescentes choram por  príncipes encantados que as salvarão de suas vidas fugazes em cavalos brancos, preferencialmente alados… Elas não os sonham feios, mas belos.

Como diz um grande amigo: O ser humano é absolutamente previsível…

Esta preferência do ser humano pelas formas atraentes tem um lado muito mais sutil e perigoso do que o óbvio “politicamente incorreto” desprezo pelo feio. O culto à forma é uma característica humana que adormece a capacidade crítica, posto criticarmos coisas, pessoas, circunstâncias e relações mais pela forma do que pelo conteúdo. Como a estética da forma forja os estereótipos, a análise crítica baseada mais, ou apenas, no que vemos, contamina a imparcialidade crítica e a possibilidade de vermos além do óbvio estereotipado. Enxergar conteúdo leva tempo…

Jesus enxergava conteúdo. Ele não dava a mínima para a forma. Suas análises eram precisas pois ele não enxergva as pessoas por fora, mas por dentro de seus corações. Jesus não via o que nos vemos, mas via o que nós não queremos ou não conseguimos ver: o verdadeiro conteúdo, o coração, as intenções da alma humana. Isto é o que vale no Reino de Deus.

No Reino do Mestre não são contadas as unhas feitas, mas as mãos que acariciam e acolhem. Não são contadas as rodas esportivas, mas as caronas e socorros que são prestados. Não são contadas as barrigas saradas, mas quantas foram alimentadas. No Reino do Mestre não é contado o tamanho dos seus peitos, mas o tamanho do coração que dentro do peito bate. Jesus não vai se admirar com o tanto que você acumulou, mas como tanto que você distribuiu… No Reino não é contada a estética, mas a ética. A forma continua existindo, mas em segundo plano, pois o conteúdo é o foco. Jesus ensina que a forma exterior é secundária, mas o conteúdo do coração bom é um tesouro.

Neste sentido, Jesus diz que o que contamina o homem não é a comida ou bebida que entra por sua boca, mas sim as palavras que delas saem pela boca, posto o que entra ir para o ventre para depois ser lançado fora do organismo (físico temporal), mas o que sai da boca, procede do fundo do coração (alma eterna), o verdadeiro eu. O conteúdo do nosso coração, nossa alma, nossos desejos, pensamentos de vingança, intrigas, ódios, iras, adultérios, roubos, defraudações, panetone$, meia$, mala$, cueca$, fisiologismos, trocos errados, mentiras, falsos testemunhos e todo este nosso “conteúdo” que prejudica aos outros, isto sim, é o que Jesus levará em conta… Isto sim, que nos contamina… Isto sim, que pode nos tirar a paz eterna…

Estarmos preocupados com a forma não é uma coisa ruim e si mesma, contudo, não podemos permitir vivermos sob a ditadura da inversão dos valores, mantendo conteúdo em segundo plano. Lembre-se: Jesus não te julgará pelo que você parece ser, mas pelo que você é, assim preocupemo-nos menos como as pessoas estão nos vendo exteriormente, mas valorizemos o que Deus está vendo dentro de nós.

Os profissionas de Nutrição costumam dizer que nós “somos o que comememos“. Como o foco destes profissionais é cuidar da nossa forma física temporal, este análise é correta. Mas, para os que pretendem cuidar melhor de seu conteúdo espiritual, vamos prestar mais atenção na afirmação de Jesus, que resumidamente diz que nós “somos o que falamos e fazemos“.

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Eu sempre achei este comercial sensacional, principalmentente pelo efeito surpresa, já que o espectador não sabe qual é o produto que está sendo anunciado, até que o mesmo seja mostrado no final. Muito inteligente e irônico. Cuidado com as formas e com os conteúdos… Hahaha!

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