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RELIGIÃO E HIPOCRISIA: ATRIBUTOS HUMANOS.

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Domingo passado – ‘dia do descanso’ – descansei a tarde toda na casa de vizinhos saboreando um delicioso churrasco, entretanto, não tão delicioso quanto a oportunidade de estar na companhia de todos eles. É uma “bênção” poder ver a vida. Ouvir as opiniões. Sentir a alma do ser-humano. Observar o quão animais somos e o quanto de divino todos temos.

Uma coisa chamou muito a minha atenção. Numa animada conversa com um dos amigos ele me dizia que eu não parecia crente, uma vez que o meu “jeito” de ser e de viver não compactuava com o que ele entendia sobre os evangélicos. O mais curioso é que esta conclusão dele foi embasada num texto deste blog, o qual fala sobre as “PERDAS E DANOS” que a existência promove. Minha esposa deu uma resposta óbvia, mas que me fugia dos lábios; disse ela: “Somos cristãos, mas não somos religiosos”. Brilhante, pensei.

Deus não pertence às religiões. Deus não pertence a nada nem a ninguém. No máximo as coisas e as pessoas é que a Deus pertencem. Não há qualquer religião ou teologia que tenha compreendido o incompreensível, ou seja, aquilo que chamamos de Deus. A revelação não está completa. As religiões são construções humanas e, por isso, limitadíssimas. Deus não cabe nelas, apesar delas se auto-intitularem representantes Dele.

Posto que as religiões sejam instituições construídas por homens, são cheias de erros e injustiças. Religiões promovem intolerâncias, guerras, preconceitos e todas estas coisas que não são pertencentes a Deus, mas pertencentes aos homens.

Quando alguém diz que religião não é uma coisa boa, basicamente está assumindo que a humanidade não é uma coisa boa, já que as mazelas da humanidade estão presentes em todas as instituições humanas, inclusive nas religiões, posto serem estas construções humanas.

Entretanto, uma vez que as religiões arvoram-se por representantes de Deus na terra (apesar de não terem recebido nenhuma procuração formal que as assegure este direito) alguns inclusive, desejosos de protestar contra as mazelas promovidas pelo homem por meio da religião, acabam posicionando-se como ateus, ou seja, confundem Deus com religião (coisas distintas).

Para protestar contra as religiões, não preciso ser ateu. Jesus – que não fundou o cristianismo – discursou duramente contra a religião e foi morto não pelos romanos, mas pelos religiosos, “homens do templo”. Muitos, por não tolerarem as guerras que o cristianismo promoveu, posicionam-se como ateus, pensando que Deus é religião… Uma confusão!

Na época de Jesus as pessoas mais religiosas recebiam o título de fariseus. Era um rótulo que dava orgulho a muitos judeus. Seriam os muçulmanos xiitas de hoje. Seriam os católicos carolas. Seriam também os “crentes radicais”, partidários da teologia do “nada pode”, com um discurso tão paradoxal que dá até a impressão que foi o diabo quem criou o mundo, e não Deus.

A estes fariseus, super-religiosos, que davam o dízimo de tudo, que faziam várias orações diariamente, que dirigiam o louvor na igreja, que perdiam qualquer reunião social para participarem de uma reunião na igreja e que, sobretudo, julgavam e mediam todas as pessoas, a estes Jesus chamou de HIPÓCRITAS.

Sim, religião e hipocrisia caminham juntas já há muitas eras.

A palavra hipócrita vem do grego e pertence ao vocabulário das artes cênicas. Significa artista, ator, mascarado, duas caras, fingimento, aquele que está atuando, aquele que parece, mas, no fundo no fundo, não é. Assim é o super-religioso. Ele apenas parece. E por parecer e não ser, não faz o que deveria fazer, mas deixa de fazer o que esperado seria. Preocupado com a aparência, não com o conteúdo. Um discurso dissonante da práxis. Uma pantomima sacra. Um sepulcro bem caiado.

Jesus disse: “Fujam dos religiosos fariseus, pois são mascarados, hipócritas!”

Hoje ele continuaria com o mesmo discurso: Fujam dos que dizem serem meus representantes, mas que as suas práticas não condizem com o meu discurso. Fujam dos religiosos hipócritas. Fujam dos super-homens. Fujam dos super-crentes. Acautelem-se dos hipócritas. Cuidado com os que impõem sobre outros, cargas que eles mesmos não conseguem carregar. Igualmente fujam dos que criticam os religiosos, contudo, sem possuírem uma ética consistente. Hipócritas!

A Bíblia e Jesus nos ensinam que o homem é pecador. Portanto, eu sou uma pessoa cheia de erros. Você não está fora desta. O Papa não está fora desta. Chico Xavier não está fora desta. Ora, se eu não sou perfeito, quem sou eu para julgar?

Qualquer que julga está sendo hipócrita, posto ninguém ser perfeito.

Disse Jesus: “Não julguem para não serem julgados, pois com a mesma medida com que você julgar, você será julgado”.

Tenho visto tantos religiosos julgando pessoas…

Tenho visto tantos não-religiosos julgando pessoas…

Tenho visto tantos supostos ateus julgando religiosos…

Todos iguais, todos humanos, todos carentes de aprenderem com Cristo a terem um coração humilde, perdoador, não arrogante, não vaidoso, não orgulhoso, não religioso.

Minha luta é não ser um religioso, apesar de ser um pastor. Paradoxal?

Meu esforço é ser um seguidor de Jesus de Nazaré, assumindo publicamente minhas mazelas, sem ser um religioso hipócrita, que finge ser perfeito e a todos julga.

Meu objetivo é conseguir comprometer-me com o discipulado de Cristo, mas não com o discipulado da instituição igreja.

Não sei se conseguirei este meu intento. Quer tentar junto comigo?

Meu amigo apresentado a você no início deste texto também me disse em meio a gargalhadas que se eu continuar neste propósito serei excomungado da igreja. Eu ri demais! Como me divirto! Não sei se comigo ou se com ele. De fato, religiões não costumam ver com bons olhos pessoas não-religiosas.

Meu desejo é que eu e você sejamos pessoas comprometidas com os doces e sábios ensinamentos de Cristo, que promovem a paz de espírito nesta vida e a eterna para depois desta. Com relação à religião… Que não confiemos em nenhuma delas, pois “maldito o homem que confia no homem”.

E como diz um desbotado clichê apregoado por muitos pregadores: “A igreja não salva, quem salva é Cristo”.

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Hora da despressurização mental!

 

Poucos não se importam de perder uma discussão. O adágio popular nos ensina que em matérias mais passionais, como religião, política ou futebol, não deve haver discussão. Com estes dois filmes publicitários, não quero promover a venda de cerveja para você, claro, mas mostrar que até na publicidade todos preferem ter a “última palavra”.

O primeiro filme, da Heineken, foi aclamado e premiado por sua originalidade e produção impecável. Com muito bom humor o filme satiriza comportamentos do universo feminino e masculino.

O segundo filme, da Bavaria alemã, foi uma resposta. A agência de publicidade mostra como seria o “capítulo seguinte” da estória anterior, na visão da Bavaria, claro. Também bem-humorado e muito irônico, deixou o concorrente rindo para não chorar.

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