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SONHOS, ESPERANÇAS, AVIÕES E O TCHÊ!

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*Luiz Carlos (o ‘Tchê’) e sua filha Jolly.

Um tema recorrente em meus artigos e reflexões é a esperança. Esperança que é filha do sonho e mãe da fé. Esperança que é a matéria prima da religião e nossa força vital. Sem ela, o sentido da vida afunila-se, ou, em alguns casos, desaparece.

 

Em nossa luta cotidiana, por vezes cruzamos com situações que podem drenar nossa esperança e com outras que podem irrigá-la de maneira soberba, permitindo que ela continue viva dentro de nós, dando frutos e mantendo nossa alma alimentada de amanhã.

 

Hoje eu recebi um email daqueles bem gostosos e emocionantes e quero dividir minha alegria com você; antes, porém, uma introdução.

 

Quando eu era jovem (algo em torno de vinte anos) conheci o Tchê. Ao contrário do que o apelido sugere, ele não era gaúcho, mas curitibano. Contudo, a ignorância dos seus colegas, crendo que o sul “e tudo a mesma coisa”, equivocadamente o apelidou de Tchê. Ele nem ligava.

 

Mas o Tchê tinha algo diferente de todos nós da turma: além de ele ser um filho adotivo, ele era também sonhador. Eu diria até sonhador demais. Amante da aeronáutica e das tecnologias aeroespaciais, ele vinha sempre nos contando novidades de alguma sonda da NASA ou sobre foguetes teleguiados, além de fazer caríssimas ligações internacionais para Cabo Canaveral, na Flórida, só para ouvir pelo telefone a contagem regressiva de lançamentos de foguetes. Meu Deus, os sonhos do Tchê, por vezes, nos pareciam alucinações.

 

Numa das conversas que eu tive a sós com ele, ele sentiu a liberdade de contar-me detalhes dos seus sonhos distantes e me disse: “Luciano, eu quero ser piloto de avião. Desde criança eu vou para o aeroporto para ver pousos e decolagens. Meu sonho e pousar um avião e minha futura esposa com minha filhinha irem me encontrar na descida da escada, na pista de pouso”. Nossa, que coragem alimentar contos de fadas, pensei.

 

Embalado por esta esperança, o Tchê não ficava parado esperando um brevê cair do céu, mas estudava inglês sozinho, pois sabia que o domínio deste idioma era uma básica condição para ser piloto um dia. Como auto-didata, tornou-se fluente nesta língua estrangeira. Eu ficava espantado, já que eu não tinha nem aquela força de vontade e muito menos a capacidade de sozinho aprender uma nova língua.

 

O tempo foi passando e ele foi buscando os cursos, as possibilidades, e fez de tudo para manter-se na indústria aeronáutica. Até que um dia tornou-se atendente no check-in de alguma já extinta companhia aérea. Eu admirava a força de vontade com que ele, cheio de esperanças, perseguia seus distantes sonhos. O Tchê mudou-se de cidade, eu casei-me e a inexistência de e-mails, aliado à escassez de celulares, fez com que perdêssemos o contato com o passar dos anos.

 

Quase duas décadas depois recebo o e-mail que cito no início deste artigo e sou brindado com a foto acima, que ilustra este artigo: Luiz Carlos Barilari Gomes, o Tchê, comandante internacional da TAM, ao lado da sua linda família, na cabine do piloto.

 

NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS, MAS TRANSBORDE-SE EM ESPERANÇAS!

 

Depois, nos encontramos e conversamos pessoalmente e por telefone e como é bom ver a manifestação da bondade de Deus na vida de uma pessoa. Quantas pessoas “não botavam fé” na realização do sonho do Tchê. Quantas vezes, mesmo eu, fui influenciado pelas opiniões de pessoas que achavam que o sonho do Tchê seria isto mesmo, um eterno sonho. O Tchê não é um cara perfeito, ao contrário, como amigo conheço os seus defeitos e os erros que cometeu em sua “carreira pessoal”. Enfim, somos todos humanos e “defeituosos”, contudo, que lindo assistir ao triunfo da esperança!

 

Tchê, meu amigo, que a graça de Deus seja abundante em sua vida e na vida de sua família e, continue sonhando sempre!

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